"Historicamente a música tem propiciado as melhores metáforas para quem quer entender as coisas cósmicas."
Brian Greene
Antes de resumir
esta fantástica e moderníssima teoria da física, que é um estudo de ponta na
área, cabe ressaltar que diferente da mecânica quântica e relatividade, a
teoria das cordas não está totalmente desenvolvida e tão pouco já sofreu
rigorosos testes experimentais e aceitos pelos físicos.
A teoria possui
uma matemática sólida, embora suas equações representem tal ordem de dificuldade
que nem por meio de computadores se consegue solucioná-las. As aproximações
matemáticas é que tem proporcionado resultados brilhantes, coerentes e
admiráveis. Em suma, este é um estudo que tem de ser visto como em processo de
consolidação. Testes futuros indicarão a solidez do que propõem os
pesquisadores da área.
A teoria das
cordas emerge de um sentimento compartilhado por grande parte dos físicos:
parece improvável que a natureza tenha guardado expressões tão incompatíveis
entre o macro e o micro, entre escalas de galáxias e subatômicas. Einstein
passou seus últimos dias buscando unificar as teorias da gravidade e
eletromagnética. Infelizmente, sem sucesso.
A ideia que se
chegar a uma TST que harmonize e explique os diversos fenômenos físicos
observados, que resolva o terceiro e último grande confronto da física.
Partícula
|
Massa
|
Carga
Elétrica
|
Carga
Fraca
|
Carga
Forte
|
Elétron
|
0,00054
|
-1
|
-1/2
|
0
|
Neutrino do elétron
|
<10-8
|
0
|
1/2
|
0
|
Quark up
|
0,0047
|
2/3
|
1/2
|
vermelho,
verde; azul
|
Quark down
|
0,0074
|
1/3
|
-1/2
|
vermelho, verde; azul
|
Múon
|
0,11
|
-1
|
1/2
|
0
|
Neutrino do múon
|
<0,0003
|
0
|
1/2
|
0
|
Quark charm
|
1,6
|
2/3
|
1/2
|
vermelho, verde; azul
|
Quark strange
|
1,6
|
1/3
|
-1/2
|
vermelho, verde; azul
|
Tau
|
1,9
|
-1
|
-1/2
|
0
|
Neutrino do tau
|
<0,033
|
0
|
1/2
|
0
|
Quark top
|
189
|
2/3
|
1/2
|
vermelho, verde; azul
|
Quark bottom
|
5,2
|
-1/3
|
1/2
|
vermelho, verde; azul
|
Tabela: Partículas e suas propriedades físicas.
Em síntese, a
teoria das cordas propõe que as partículas elementares (tabela) que os
aceleradores de partícula vêm revelando aos físicos são, em essência, cordas.
As cordas seriam pequenos filamentos unidimensionais, ou seja, possuem somente
tamanho, mas não há qualquer espessura. Uma aproximação grosseira seriam as
cordas de um violão.
As diferentes
formas de vibração destas cordas, ou os harmônicos para quem estiver
familiarizado com música, dariam as diferenças das partículas que são
observadas. Tais partículas estão para o universo assim como as letras estão
para os livros. As propriedades das partículas (carga, massa, spin), ou seja, aquilo que diferencia
uma das outras, seriam percepção que temos da forma as quais uma corda pode
vibrar.
Imagine uma linha
muito fina. Agora, admita também que por mais que você amplie esta linha ele
permanece muito fina, de forma tal que não é possível medir suas espessura.
Essa seria a corda da teoria que apresentamos nesta seção. Mas esta corda seria
tão pequena, mas tão pequena, que pareceria um ponto se analisada com a mais
avançadas de nossa tecnologia moderna.
Tecnicamente
falando, a dimensão dela é da ordem da distância de Planck: 10-33 cm.
FIG. 7.14:
Harmônicos em uma corda.
Na figura, há um
pequeno exemplo de como uma corda que vibra em uma só dimensão (no sentido
longitudinal desta folha). Supondo que o gráfico oscilante represente uma corda
presa por ambas às pontas, as pequenas ondas que se formam terão sempre um
ponto médio nos extremos. Não é possível, em ondas estacionárias, por exemplo,
ter-se uma extremidade no meio de uma parte da corda que está subindo ou no
segundo terço da parte que desce. Há sempre uma quantidade inteira de “ondas
para cima” e “para baixo”.
Pode-se imaginar
também essa possibilidade no sentido perpendicular a folha, ou seja, saindo do
papel. É possível combinar o movimento da corda em ambos os sentidos. Com isso,
damos dois graus de liberdade ao movimento, ou seja, ele pode vibrar em duas
dimensões. Grosso modo, é isso que os físicos “percebem”, só que em 10
dimensões na teoria das cordas.
A riqueza da
teoria é ainda maior quando se pensa nas formas que estas dimensões podem ser
concebidas. Podemos imaginar uma dimensão retilínea, como o fio de uma faca. É
possível ainda pensar em dimensões circulares, elípticas eu seguindo outra
curva qualquer. Na teoria das cordas, a forma destas dimensões é fundamental
para caracterizar o movimento vibratório das partículas elementares. Pode-se
dizer que as formas das dimensões adicionais
para o universo são equivalentes ao DNA para o corpo humano.
Os estudiosos
desenvolveram cinco diferentes versões dimensionais da teoria. Mas, estudos
mais apurados, mostraram que estes cinco estudos podiam se unificados. Era como
se fossem diferentes pontos de vista para um mesmo cenário. Esta união se vez
em 11 dimensões: 10 espaciais e uma temporal. Assim surgiu a Teoria M.
Mais tarde, essa
teoria incluiu vibrações não só para cordas abertas, mas para as fechadas
também (laços). Hoje se propõem membranas de mais dimensões (nas quais as
cordas seriam apenas uma “membrana unidimensional”), as chamadas p-branas (com p variando de 1 até 10).
O brilhantismo
desta ideia é que todas os elementos da tabela acima, e suas propriedades consequentemente,
emergem naturalmente da vibração destas pequenas cordas ou p-branas.
Assim, segundo
esta teoria e de forma metafórica, o universo pode ser entendido como uma
imensa sinfonia guiado pela música das pequenas cordas que o formam.
Obviamente o
conceito de uma corda material, algo como um fio, é uma descrição. Há uma
descrição sobre o que seria mais fundamental: as cordas ou o campo (as linhas
de força, como as do campo eletromagnético, por exemplo).
Ambas podem expressar uma só coisa.
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