Autor: Paul Strathern.
Ed Zahar.
Síntese -
O livro atende ao que se propõe: leitura fácil e rápida. O texto
se desenvolve em bom ritmo e cumpre bem o papel de informar o leitor sobre a
vida particular do físico (com menor ênfase) e suas principais contribuições à
ciência. Algumas ilustrações auxiliam a compreensão de determinados conceitos.
Mais
sobre o livro.
“... a
influência de Bohr sobre a física e os físicos de nosso século foi mais forte
que a de qualquer outra pessoa, inclusive Einstein”
Werner
Heisenberg
O
rompimento da física com o senso comum, ocorrido nas primeiras décadas do
século passado, teve alguns protagonistas de peso, dentre eles, o dinamarquês
Niels Bohr. O autor frisa grandes conflitos entre resultados esperados pela
física clássica e o que se obtinha em algumas práticas de laboratório. Bohr foi,
também, um grande debatedor dentre seus pares.
No livro,
aborda-se os eventos em ordem cronológica. Inicia com o nascimento do físico, descreve
sua família (pais e irmãos) e o início da vida acadêmica dele (bem como de
atleta: jogador de futebol).
Na obra,
é descrito como Bohr estendia sua conceituação de eventos físicos para outros
campos, sobretudo a filosofia. Ele é apresentado como um teórico, tendo incursões
em laboratório não muito produtiva, sobretudo por sua inabilidade prática.
Neste
contexto, dado aos resultados experimentais inesperados que surgiam de
determinados eventos, foi capaz de conceber intelectualmente explicações que
davam sentido ao resultados práticos observados (e em choque com conceitos
correntes clássicos). O enunciado do Princípio da Correspondência e do
Princípio da Complementaridade são resultados diretos dessa característica
deste gênio pesquisador.
A descrição
da relação de amizade e trabalho de Bohr e Ernest Rutherford é um ponto alto do
livro.
Nem tudo
era mar de rosas: Bohr encontrava
resistência entre seus pares, sobretudo pelas inovações conceituais propostas.
Isso gerou repercussões de tal ordem que o autor, sobre a explicação do físico
para determinado fenômeno, se expressa com a seguinte citação: "A
explicação de Bohr era não científica
demais".
É feita
uma abordagem do impacto da 2ª Grande Guerra na vida do cientista (uma fuga
cinematográfica da Europa continental para a Inglaterra é descrita em certo
momento).
No auge
do reconhecimento, com concessão de prêmio Nobel e o estabelecimento do Instituto
de Bohr, a obra aponta a relação profissional do pesquisador com outros grandes
nomes da física, como Pauli, Heisenberg, Dirac, Landau, dentre outros.
Os grandes
debates entre Bohr e alguns de seus pares é abordado (embora de maneira não tão
profunda quanto alguns prefeririam, inclusive eu), sobretudo no instituto que
leva seu nome. O compromisso com a verdade tido pelos debatedores é o motivo
pelo qual aqueles embates teóricos foram (e ainda são) tão importante para a
mecânica quântica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário