“Meditação é um exercício milenar que, de
alguma uma forma, faz parte de quase todas as religiões do mundo. Nos últimos
anos, sua prática, derivada de várias vertentes do budismo, penetrou no mundo
secular como um meio de promover a tranquilidade e bem-estar geral.
Três
formas comuns de meditação - atenção
focada (ou concentração), atenção plena e compaixão - agora são praticadas por toda parte, de
hospitais e a escolas, e tem se tornado cada vez mais um objeto de investigação
em laboratórios científicos ao redor do mundo.
Mudanças fisiológicas - volume
alterado de tecido em algumas áreas - ocorre no cérebro através da
meditação. Seus praticantes também
experimentam efeitos psicológicos benéficos:
reage mais rapidamente a estímulos e são menos propensos a várias formas
de estresse.”
O texto acima é a síntese do
artigo sobre meditação publicado na revista Scientific American Brasil, número
151, de dezembro de 2014, cujo título é "A neurociência da meditação".
O artigo em tela aborda
estudos científicos sobre os efeitos da prática da meditação. Em particular, o foco dos estudos recai sobre
três práticas meditativas:
- a atenção focada, que nada
mais é do que se concentrar na própria inspiração e expiração, no ciclo da
respiração;
- a atenção plena, sendo
esta uma contemplação sem foco, na qual se observa vários estímulos, tanto do
corpo quanto externo a ele, sem, no entanto, deixar-se focar especificamente em
algum quaisquer deles; e
- compaixão e bondade
amorosa, na qual se cultiva pensamentos, ou melhor, sentimento e/ou empatia em
relação a outros.
Para o estudo aqui abordado,
utilizou-se o monitoramento das atividades do cérebro de praticantes experientes
da meditação, bem como de grupos de controle, formado por pessoas que não têm prática
em meditação.
Os cientistas apontam algumas
observações bastante interessantes, nem sempre inesperadas. No grupo com
experiência longa em meditação focada, verificou-se que os seus membros têm uma
capacidade de concentração bastante ampliada e com um esforço bem menor para
atingir esse objetivo em relação ao grupo controle.
No caso da prática da
meditação plena, um aspecto interessante notado é a capacidade de atenção amplificada,
ou seja, a mente não se deixa ficar presa e, com isso, consegue perceber
detalhes que pessoas do grupo de controle não foram capazes de identificar.
Em relação à meditação
contemplativa, um dos aspectos interessantes é a capacidade de equilíbrio
interior, de força mental e de determinação de ajudar outros. Verificou-se
mudanças nas redes neurais associadas à compaixão, emoções positivas e amor
materno.
Verifica-se, ainda, no
artigo, o apontamento de indício relativo ao benefício sobre a redução de
inflamação e de "estresses
biológicos que ocorrem em nível molecular". A sustentação de padrões
específicos de ondas (oscilações de altas amplitudes), perceptíveis a
eletroencefalogramas, também foi verificado. Isso tem potenciais impactos
cognitivos e afetivos “durante o aprendizado e a percepção consciente”, o que
pode levar a reformulação permanente de circuitos cerebrais.
Obviamente, como a maioria
de bons estudos iniciados pela ciência, recomenda-se mais estudos a respeito do
tema para se poder afirmar, com precisão o maior grau de conhecimento, todos os
efeitos a respeito da prática da meditação.
Mas se você quer conhecer o testemunho
de possíveis benefícios que a prática de meditação, sob o enfoque da yoga, pode
propiciar, leia aqui sobre o tema.
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