Um exercício interessante para
qualquer um é questionar. Se você é cristão e partidário de que a crença e a fé não se
questiona, sugiro ler a Bíblia com atenção e perceber que muitos dos
personagens da mesma, os quais figuram como exemplos da crença em Deus, duvidaram, questionaram e riram de afirmativa do
próprio criador (destaques feito por mim):
Deus disse a Abraão:
"A tua mulher Sarai, não mais a chamará de Sarai, mas seu nome é Sara. Eu
a abençoarei, e dela te darei um filho (...) Abraão caiu
com o rosto em terra e se pôs a rir, pois dizia a si
mesmo:"Acaso nascerá um filho a um homem de cem anos, e Sara que tem
noventa anos dará ainda à luz?" Gênese 17:15-17
Disse-lhe Moisés: "O povo no
meio do qual estou conta seiscentos mil homens a pé e tu dizes: Eu lhe darei
carne para comer durante um mês inteiro! Se se matassem para eles rebanhos e
pequenos e grandes animais, ser-lhes-iam suficientes? Se se ajuntassem para
eles todos os peixes do mar, ser-lhes-iam suficientes?" Respondeu Iahweh a
Moisés: "Ter-se-ia, por ventura, encurtado o braço de Iahweh? Tu
verás se a palavra que eu te disse se cumpre ou não." Números
11:21-23
Em outras passagens, Jesus mostra
saber que até em seus mais próximos discípulo há dúvidas (como ao caminhar por
sobre as águas e chamar Pedro, ou na sua ressurreição, em especial em relação a
Tomé).
Então, meus caros, Deus é
extremamente bondoso e aqueles que duvidam e questionam também encontram morada
junto ao Senhor.
Baseado nesta certeza, ajudarei
àqueles que, assim como eu, questionam. Duvidemos, então, das bases do
cristianismo e veremos se é possível, ao fim, concluir pela filosofia cristã
como a que se mostra verdadeira. A isso se chama dúvida
metódica.
JESUS EXISTIU?
Aqui minha abordagem é focada na
figura histórica de Jesus, ou Jesus histórico, como homem e sem considerar os
feitos sobrenaturais a Ele atribuídos. Em outras palavras, se houve um homem que atendeu por tal nome, vivendo no espaço e tempo em
que o Novo Testamento aponta, que pregou aos judeus, agrupou seguidores ao seu
redor, desafiou as formas que os lideres do
seu povo pregavam suas crenças e foi crucificado no governo de Pôncio Pilatos.
Particularmente, não escreverei
muito. Apenas apontareis textos que sintetizam os argumentos pró e contra à existência de um Jesus histórico, sem, no entanto,
deixar de emitir minha conclusão ao fim. Você poderá lê-los e
concluir por si, sem muletas.
1. Dos que defendem a não existência de um Jesus
histórico
Começarei utilizando 03 textos
disponibilizados na internet que apontam para a inexistência. Sobre o primeiro,
pode-se o tomar como uma pesquisa séria, ou oportunidade de polemizar e aferir
lucro por meio de um livro, ou ainda como uma pesquisa que carece de mais bases
(mas o coloquei por ser bem recente, outubro de 2014). Os outros apresentam um
esforço grandioso e bem estruturado, com textos ricos. Assim, espero abrir um
canal para que você, que lê este meu texto, possa iniciar os balizadores de sua
pesquisa pessoal. Vamos a eles.
a. No portal de notícia no portal Terra, tem-se um artigo com o
título: “Jesus nunca existiu”, defende historiador americano. Confiram o
artigo na integra por meio do link que aqui forneci. Destaco um trecho, a
seguir.
Paulo não
sabe nem onde, nem quando Jesus viveu e considera a crucificação como uma
metáfora.
b. O segundo tem o título de Jesus Cristo Nunca Existiu. O artigo é longo
e muitas são as passagens que mereceriam destaque. Mas, para não tornar este artigo
por demais longo, escolhi a que transcrevo a seguir:
Muitos até mesmo
entre os cristãos procuram provas históricas e materiais para fundamentar sua
crença. Infelizmente, para eles e sua fé, tal fundamento jamais foi conseguido,
porquanto, a história cientificamente elaborada denota que a existência de
Jesus é real apenas nos escritos e testemunhas daqueles que tiveram interesse
religioso e material em prová-la.
c. Por fim, no mesmo diapasão do
anterior, indico o texto "Análise das fontes externas que mencionam Jesus". Como exemplo da abordagem
desse artigo, destaco:
Outros debatedores
apologéticos da linha de Josh McDowell ou F. F. Bruce aparecem com figuras
estranhas, como Flávio Josefo, Suetônio, Tácito, Mara Bar-Serapion entre
outros. Volta e meia, em debates, estas figuras um tanto fantasmagóricas
aparecem para assombrar pela total falta de sentido e são colocadas sob
análise, mas preferi agora estudá-las e ver o porquê de elas não poderem ser
usadas como prova que o relato bíblico seja
verdadeiro.
Enfatizo: os 03 exemplos de
argumentos aqui apresentados, a princípio, não esgotam as conjecturas que os
detratores da existência de um Jesus histórico utilizam. Considero-os
abrangendo os principais, no mínimo. Portanto, se você quiser um trabalho
acadêmico mais completo, sugiro buscar as referencias dos textos nos links que
disponibilizei.
Considerações
Antes de apresentar artigos
favoráveis a existência de um Jesus histórico, deixe-me tecer algumas considerações sobre os textos
anteriores.
No primeiro texto (a), em relação ao
destaque dado, argumento que é possível que o autor do livro em foco, Michael Paulkovich, desconheça
alguns apontamentos de Paulo, como os abaixo:
(...) Sem encontrar nele
motivo algum de morte, condenaram-no e pediram a Pilatos que o mandassem matar.
Atos dos Apóstolos 13:28
(...) e sendo reconhecido
como homem, humilhou-se, tornando-se obediente até a morte, e morte de
cruz. Filipenses 2:8.
(...) a qual nenhum dos
poderosos deste mundo conheceu, pois se a tivessem conhecido, não teriam crucificado
o Senhor da glória; I Coríntios 2:8.
Todavia, o próprio autor do artigo do
portal Terra (não o autor do livro) aponta a divergência do responsável pela
obra aqui em evidência em relação aos pesquisadores sobre Jesus: "A teoria
do historiador é bastante controversa, já que a maioria dos estudiosos afirma a
teoria de que Jesus realmente existiu e era um judeu da Galileia nascido entre
7-4 A.C e morreu entre 30 a 36 DC. Entre os estudiosos também é amplamente
aceito que Jesus tenha sido batizado por João Batista e crucificado por ordem
do prefeito romano Pôncio Pilatos."
Lembro que o primeiro texto, o do
portal Terra, é de um historiador, segundo a fonte. Os outros dois autores
(textos "b" e "c"), embora não se possa dizer que
eles se identifiquem como historiadores, pelo menos apresentam uma estrutura e
pesquisa aparentemente mais mais elaborada.
2. Dos que defendem a existência de
um Jesus histórico
De fato, não entrarei no mérito de
discutir o livro (texto "a") ou os artigos (textos "b" e
"c"), mas me limitarei a oferecer algum material de referência para
estudo a você que busca concluir por si sobre a existência ou não de um Jesus
histórico. Novamente, reforço: caso sua opção seja constituir uma
pesquisa formal acadêmica, os artigos (e suas referências), cujo links aqui estão disponibilizados,
trazem uma visão geral bastante elucidativa a qual, certamente, a ajudará.
a. Sob o título de "Desculpai,
mas Jesus existiu", Reinaldo Lopes dá sua contribuição ao assunto.
Trata-se de um texto de linguagem acessível, popular, bem humorado, e de
argumentos bem postos.São seis partes:
b. Revistas nacionais de divulgação
científica
Em abril de 2004 a revista Galileu,
da Editora Globo, apresentou em Artigo Dossiê (pág 41 a 52),
a Arqueologia da Bíblia. Nem todos os
argumentos vão ao encontro da crença cristã, mas a existência de Jesus não é
questionada. Leia um trecho:
Até a crucificação já foi
questionada, já que não era costume enterrar os corpos dessas pessoas. As
dúvidas acabaram em 1968, quando arqueólogos encontraram o corpo de um judeu
crucificado. "Isso comprovou que, em casos raros, essas pessoas eram enterradas. Jesus também poderia
ter sido exceção. A maioria dos cientistas dá crédito a esse fato", diz
Chevitarese.
(...)
Existem oito
momentos nos relatos bíblicos sobre a vida de Jesus que podem ser considerados
reais, segundo os pesquisadores André Chevitarese, da UFRJ, e Gabriele
Cornelli, da Universidade Metodista de São Paulo.
A mesma revista, Galileu, em setembro
de 2008, traz a matéria CSI Jesus. Destaco:
Viciados em teorias
da conspiração adoram a idéia: Jesus nunca teria existido. As histórias sobre
sua vida, morte e ressurreição seriam mera colagem de mitos egípcios e
babilônicos, com pitadas do Antigo Testamento para dar um saborzinho judaico.
Na prática, Cristo não seria mais real do que Osíris ou Baal, deuses
mitológicos que também morreram e ressuscitaram. No entanto, para a esmagadora
maioria dos estudiosos, sejam eles homens de fé ou ateus, a tese não passa de
bobagem. A figura de Jesus pode até ter "atraído" elementos de mitos
antigos para sua história, mas temos uma quantidade razoável de informações
historicamente confiáveis, englobando pistas de fontes cristãs, judaicas e
pagãs.
Já em 2012 a revista Super
Interessante (Editora Abril) apresentou um artigo que em muito diverge sobre verdades
tidas no cristianismo, mas, por outro lado, fala sobre o nascimento de Jesus.
Destaco:
Outro consenso é o
de que Jesus nasceu "antes de Cristo".
Conclusão
Analisando o material disponível,
como os que aqui apresentei, o que se verifica é o consenso da maioria
dos historiadores sobre a existência de Jesus (histórico). Aos que acreditam na
"mitificação" da existência de
Jesus recai o ônus da prova de demonstrarem tal suposição, ou
seja, de provar que é um mito, pois todos os argumentos utilizados pelos mesmos
são refutados pelos pesquisadores.
Uma vez estabelecido pela ciência que
o homem Jesus tem uma existência física comprovada por historiadores, passemos
ao teor daquilo em que a ciência acadêmica se cala: são dignos de
confiabilidade os relatos do Novo Testamento, em especial dos Evangelhos?
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