Autor: Amit Goswami
Editora Aleph (já foi da Editora Rosa dos Ventos)
Síntese: Esoterista e físico, Amit Goswami, nesta
sua obra, usa todo seu conhecimento para mostrar um elo fundamental de união de
ambos os assuntos. O autor tem um profundo conhecimento sobre o misticismo oriental,
sobretudo o de origem indiana, e é capaz de generalizar esse saber e o
transportar para a cultura ocidental, dispensando que o leitor seja versado
naquelas filosofias. Ao abordar complexos experimentos e conclusões estudados
pelos físicos de partículas, também consegue uma abordagem que permite a
maioria dos leigos compreender a ideia força da exposição. O ponto forte do
livro é a coerência com que o autor correlaciona misticismo e física. O título da obra sintetiza muito bem o enfoque do livro.
Mais sobre o Livro
Amit Goswami inicia seu livro explicando a visão
geral sobre a interpretação dominante entre os físicos: o materialismo. Mas,
logo em seguida, propõe ao leitor outra forma de entender a realidade, a qual
será o centro de sua proposta: o monismo. Em síntese, Goswami sai da
perspectiva de que a matéria é a base da existência e coloca a consciência como
tal fundamento estruturante.
Todo o restante da obra é dedicado a mostrar duas
coisas: como o realismo materialista é superficial ao explicar a realidade e
incapaz de justificar experimentos científicos incomuns (e desconhecido por
grande parte das pessoas) que estão no escopo da pesquisa da mecânica quântica;
e como o idealismo monista supre um conjunto teórico consistente com as experiências
físicas, além de outros interessantes aspectos.
É muito interessante ver o físico utilizar a
própria mecânica quântica, ou seja, um estudo de física, para demonstrar as
falhas do realismo materialista. Aliás, é exatamente o conhecimento de Goswami
sobre o assunto (física) que permite ele propor a estrutura do idealismo monista,
o justificar e mostrar ao leitor como o mesmo é consistente com a realidade
física vivenciada (em laboratório, verdade).
Porém, como contraponto, embora a leitura do livro
não seja difícil, requer-se que o leitor leia alguns trechos com muita atenção
e, por vezes, até mais de uma vez, dada a dificuldade natural do assunto. O
texto é bem escrito, mas eu diria que a natureza da proposta leva a uma
complexidade mediana na apresentação e desdobramento de algumas ideias.
A obra conclui que o universo apresenta uma consciência
própria, da qual todas as nossas derivam. Para mim, o livro representa uma das
explicações mais esclarecedoras e estruturadas sobre a criação.
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