Olhando a figura
abaixo, o leitor inteligente deve ter em mente que se trata de um esforço de
sábios antigos, eruditos em cabala, para sintetizar, em uma ilustração, a
criação. É a Árvore da Vida. Você já imaginou a dificuldade que nossos
cientistas, apoiados pelos mais hábeis artistas, teriam para fazer algo análogo
com, somente, nosso universo físico?
Da mesma forma em que
um desenho artístico de uma fachada, feito por um arquiteto, não é suficiente
para a construção de uma edificação (pois faltam todas as plantas), a figura acima não deve ser entendida além de uma concepção
artística, embora com forte didática e bom poder de síntese. Da ilustração do
arquiteto, se em escala, podemos retirar informações importantes sobre a futura
construção, principalmente em relação a proporções e impacto visual após a
conclusão da obra. Na Árvore da Vida, muitas informações chaves são fornecidas,
mas outras ficam prejudicadas.
Antes de ampliar e
discorrer sobre a figura (acima), vou aproveitar a
comparação com uma construção para resumir os planos de existência já descritos
e introduzir Assiá.
a) Quando alguém
pensa em construir uma casa, a ideia em si, o insight, equivale ao Mundo de Atsilut.
b) A seguir, há
aquela tempestade de ideias, conceitos, pensamentos, disposições que se
sucedem, sem ordem, vínculos ou correlações além da ideia de construir a casa:
onde, cor das paredes, grades, muros, quantidade de quartos, piso, forros,
salas, etc (desprezando a situação econômica). Este estágio pode ser
diretamente comparado ao Mundo de Beriá.
c) Organizar estas ideias,
colocando-as no papel, ou partindo para a preparação das plantas, assim como o
levantamento e planejamento logístico, é uma bela alegoria para o Mundo de Ietsirá.
d) Finalmente, construímos
a casa, traduzindo todas aquelas ideias em ações práticas. Temos a equivalência
com o Mundo de Assiá.
Finalmente chegamos
ao universo físico, nosso universo conhecido e vivenciado plenamente. Muitas
vezes este plano tem associação direta e exclusiva a Malchut. Mesmo para alguns
autores que tomam a Árvore da Vida como estrutura fundamental de existência, o
universo físico é tido como uma parte de Assiá.
No sistema de
telecomunicações é, muitas vezes, necessário se filtrar aquilo que se deseja
captar para que um determinado aparelho funcione adequadamente.
Em uma destilaria, a
depender da temperatura aplicada à matéria prima destilada, tem-se resultados
diferentes. Em uma construção, ao se utilizar peneiras de tramas diferentes,
pode-se separar grupos de britas de tamanhos diferenciados. Um prisma (de
Newton) faz algo similar com o raio branco da luz, separando nos sete espetros
coloridos que compõe o arco-íris. Um processo análogo acorre para os 4 mundos,
ou planos, aqui descritos.
Assiá representa o filtro
de frequências mais brandas, mais suaves, de toda a criação. Por este motivo é
que a manifestação do limite é pleno neste nível de existência. Em termos
didáticos, estamos no ponto mais afastado do Criador, o objetivo final da
criação: a multiplicidade.
A relação entre os
Mundos de Ietsirá e Assiá é, grosseiramente, comparável ao pintor que faz sua
obra utilizando determinadas combinações de tintas - Ietsirá - e depois usa um
fixador - Assiá - para que as mesmas agreguem e permaneçam na superfície
aplicada.
Posso utilizar várias
comparações, mas me parece que bastam as já feitas até aqui. O leitor tem de
ter em mente que Assiá é o nível da criação onde a ilusão da separação alcança
seu apogeu.
Este é o Mundo de Assiá. É o
universo da ação.
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