sábado, 20 de dezembro de 2014

Meditação e Neurociência

Meditação é um exercício milenar que, de alguma uma forma, faz parte de quase todas as religiões do mundo. Nos últimos anos, sua prática, derivada de várias vertentes do budismo, penetrou no mundo secular como um meio de promover a tranquilidade e bem-estar geral.

Três formas comuns de meditação -  atenção focada (ou concentração), atenção plena e compaixão -  agora são praticadas por toda parte, de hospitais e a escolas, e tem se tornado cada vez mais um objeto de investigação em laboratórios científicos ao redor do mundo.  Mudanças fisiológicas -  volume alterado de tecido em algumas áreas - ocorre no cérebro através da meditação.  Seus praticantes também experimentam efeitos psicológicos benéficos:  reage mais rapidamente a estímulos e são menos propensos a várias formas de estresse.


O texto acima é a síntese do artigo sobre meditação publicado na revista Scientific American Brasil, número 151, de dezembro de 2014, cujo título é "A neurociência da meditação".

O artigo em tela aborda estudos científicos sobre os efeitos da prática da meditação.  Em particular, o foco dos estudos recai sobre três práticas meditativas:
- a atenção focada, que nada mais é do que se concentrar na própria inspiração e expiração, no ciclo da respiração;
- a atenção plena, sendo esta uma contemplação sem foco, na qual se observa vários estímulos, tanto do corpo quanto externo a ele, sem, no entanto, deixar-se focar especificamente em algum quaisquer deles; e
- compaixão e bondade amorosa, na qual se cultiva pensamentos, ou melhor, sentimento e/ou empatia em relação a outros.

Para o estudo aqui abordado, utilizou-se o monitoramento das atividades do cérebro de praticantes experientes da meditação, bem como de grupos de controle, formado por pessoas que não têm prática em meditação.

Os cientistas apontam algumas observações bastante interessantes, nem sempre inesperadas. No grupo com experiência longa em meditação focada, verificou-se que os seus membros têm uma capacidade de concentração bastante ampliada e com um esforço bem menor para atingir esse objetivo em relação ao grupo controle.

No caso da prática da meditação plena, um aspecto interessante notado é a capacidade de atenção amplificada, ou seja, a mente não se deixa ficar presa e, com isso, consegue perceber detalhes que pessoas do grupo de controle não foram capazes de identificar.

Em relação à meditação contemplativa, um dos aspectos interessantes é a capacidade de equilíbrio interior, de força mental e de determinação de ajudar outros. Verificou-se mudanças nas redes neurais associadas à compaixão, emoções positivas e amor materno.

Verifica-se, ainda, no artigo, o apontamento de indício relativo ao benefício sobre a redução de inflamação e de "estresses biológicos que ocorrem em nível molecular". A sustentação de padrões específicos de ondas (oscilações de altas amplitudes), perceptíveis a eletroencefalogramas, também foi verificado. Isso tem potenciais impactos cognitivos e afetivos “durante o aprendizado e a percepção consciente”, o que pode levar a reformulação permanente de circuitos cerebrais.

Obviamente, como a maioria de bons estudos iniciados pela ciência, recomenda-se mais estudos a respeito do tema para se poder afirmar, com precisão o maior grau de conhecimento, todos os efeitos a respeito da prática da meditação.


Mas se você quer conhecer o testemunho de possíveis benefícios que a prática de meditação, sob o enfoque da yoga, pode propiciar, leia aqui sobre o tema.

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