domingo, 16 de dezembro de 2012

A Consciência Quântica



Quem quer que não que chocado com a teoria quântica, não a compreende.
Niels Bohr

A física quântica trata daquilo que pesquisamos na sua forma mais elementar, considerando a estrutura íntima que de ne nosso universo. Esse ramo da física apresentou cientificamente, pela primeira vez, hipóteses que investigam momento exato do Big Bang. A flutuação do vácuo (seção 7.4.5) traz uma possibilidade inimaginável na física clássica: matéria/energia surgindo e desaparecendo, ainda que por fração mínima de segundo.
Exatamente neste domínio incomum é que Stuart Hameroff e Roger Penrose, anestesista e matemático/físico respectivamente, propõem uma ousada inovação conceitual, uma quebra de paradigma. Eles estruturaram uma teoria em que a consciência é estreitamente ligada aos fenômenos quânticos.
Segundo esses pesquisadores, há fenômenos na consciência que não podem ser simulados por um computador por possuírem características como: o entendimento, insights, inteligência, receptividade, dentre outras. Penrose expõe estes argumentos em livros de divulgação. Ele mostra como os fenômenos relacionados à física quântica podem oferecer uma explicação para as características não simuladas computacionalmente.
A ideia traz uma nova explicação para a natureza da consciência e, também por isso, é controversa. Há diversos detratores e ainda não possui comprovação satisfatória. Porém, ela faz algumas predições que podem ser efetivamente testadas experimentalmente, diferente de várias outras explicações de outras teorias sobre o mesmo fenômeno.
Com um argumento puramente científico, sem recorrer a qualquer filosofia religiosa ou mística, os cientistas citados explicam que as estruturas chamadas de microtúbulos, presente nas células, possuem características as quais permitem que fenômenos quânticos se manifestem em seu interior.
Os microtúbulos são pequenas estruturas que formam o citoesqueleto celular. Na ideia proposta, o citoesqueleto, presente até mesmo nos organismos unicelulares, seria responsável pela manifestação da consciência em seu nível mais básico. Isso explicaria comportamentos mais complexos em seres formados de uma só célula que dependeriam de um mínimo de inteligência, processamento que hoje é atribuído aos neurônios em humanos, por exemplo, para executá-los.



Nesta teoria, os fenômenos quânticos ocorreriam no interior dos microtúbulos. Estas estruturas são em formas de tubos e sua parede é formada por uma proteína denominada tubulinas. A tubulina tem, no mínimo, dois aspectos. Isso é fundamental na teoria discorrida. A interação quântica no interior dos microtúbulos confi guraria a morfologia da tubulina e esta seria lida como um disco rígido (memória) de um computador: um autômato celular nas palavras de Hameroff .

Esta visão depõe a ideia de que os neurônios são meros interruptores do impulso nervoso e afirma que cada neurônio, com seus vários microtúbulos, tem um comportamento similar a um computador. Penrose ilustra como os tubos da estrutura podem abrigar as atividades quânticas de forma perfeitamente isolada do ambiente caótico que lhes é externo.

O cientista explica ainda como a consciência parece estar relacionada ao fenômeno da mecânica quântica conhecido como não localidade. A água ordenada, que fica fora dos microtúbulos, funciona como um isolante extra para assegurar a conformação das tubulinas somente pelas atividades da mente, garantindo, com isso, as atividades não-computáveis.
Se você não entendeu o resumo, do que propõe Penrose e Hameroff , na breve exposição que fiz, não se preocupe. Basta ter em mente que esta é uma teoria científica onde seus autores afirmam que a atual geração de computadores, por mais memória que estes venham a ter e com o processador mais veloz teoricamente possível, não poderá gerar consciência. A consciência, assim, é dita não computável.
Outro aspecto importante da teoria é a concepção de que as atividades sob domínio da mecânica quântica são as responsáveis diretas pela geração  da consciência. Estas atividades interagiriam com estruturas nas células (microtúbulos), as quais responderiam com atividades já a nível celular.




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