sábado, 7 de dezembro de 2013

CRONOLOGIA DA CRIAÇÃO (segunda parte)

Leia a primeira parte aqui.

CRIAÇÃO: CRONOLOGIA

Em 1905, Albert Einstein publica sua “Teoria” da Relatividade Geral, introduzindo o conceito de “espaço-tempo quadri-dimensional”, descrevendo fenômenos bizarros quando se atinge velocidades próximas à da luz e identificando a gravidade com a estrutura geométrica do próprio espaço/tempo.
Em 1914, o astrônomo americano Vesto Sliper relata que quase todas as nebulosas mostram um desvio para o vermelho, ou seja, estão se afastando de nós em altas velocidades.
Em 1915, Albert Einstein publica suas “Equações” da Relatividade Geral, descrevendo a gravidade não como uma “força”, mas como o efeito da massa sobre o espaço-tempo. A Teoria da Gravidade de Newton, de 300 anos, é finalmente “complementada”. Apesar da “coerência” da Relatividade Geral, em suas “equações de campo”, Einstein lança-mão de uma “constante cosmológica” falsa, representada pela letra grega “Lambda”, para “justificar” um universo estático e “infinito”, em que o volume total do espaço não varia com o tempo e com o único objetivo de descartar a necessidade para um ato de criação para o universo, conforme ele próprio confessou posteriormente. Um universo estático e eterno dispensaria perfeitamente a necessidade de um criador.
Em 1917, o astrônomo holandês Willem de Sitter, usando as equações de campo do próprio Einstein, estabelece um modelo geométrico de universo contrário ao de Einstein, que implica que o universo está se expandindo, ou seja, provando que o universo estático e eterno de Einstein é “insustentável”, inclusive considerando a constante cosmológica lambda.
Em 1919, o astrônomo inglês Sir Arthur Eddington coordena duas expedições simultaneamente, uma ao Golfo da Guiné (África ocidental) e a outra em Sobral-Ce, Brasil, ambas com o intuito de fotografar o eclipse solar total. Ao descobrir que a luz estelar é desviada conforme passa pelo sol, Eddington fornece a primeira comprovação do que a Teoria Geral da Relatividade afirma, a saber: que o espaço-tempo quadri-dimencional é curvo e que a menor distância entre dois pontos é uma curva e não uma reta, como afirmava a geometria euclidiana. Estava irrefutavelmente provada, portanto a teoria da relatividade de Einstein.
Em 1922, o matemático russo Alexander Friedmann demonstra, mais uma vez, que as equações de campo de Einstein não permitem a existência de um universo estático e infinito. A cosmologia de Friedmann representa um universo singular (matéria instável, temperatura e densidade infinitas, em tempo 0 e volume 0), espacialmente homogêneo (mesmas propriedade em qualquer lugar do espaço) e isotrópico (mesmas propriedades em qualquer direção no espaço) que se expande desde seu começo singular, até um volume máximo, e depois se contrai atingindo novamente a singularidade. A fonte dessa geometria é um fluido perfeito, cuja energia se distribui de modo incoerente, sem interação entre suas partes (ou seja, sem pressão).
Em 1924, Alexander Friedmann publica um segundo modelo cosmológico semelhante ao de 1922, com a importante diferença de que, ao contrário do primeiro, em que havia uma fase de contração seguindo-se à de expansão, o novo modelo permitia que o volume total do universo aumentasse indefinidamente.
E 1927, o físico belga Georges Lemaître propõe a teoria singular do Big Bang, que afirma que o universo está se expandindo a partir de desintegração radioativa de um “átomo primordial”.
Em 1929, Edwin Hubble faz uma das maiores descobertas da cosmologia moderna, a de que todas as nebulosas são galáxias distantes e que elas estão recuando com uma velocidade que tem relação linear com o quadrado de suas distâncias. Neste mesmo ano, H. P. Robertson estabelece as bases matemáticas que sustentam simultaneamente os modelos de Friedmann (homogêneo e Isotrópico) e de Lemaître (cenário big bang). Ainda em 1929, o físico Paul Dirac propõe a existência de anti-matéria, mostrando que a matéria e a anti-matéria devem resultar em quantidades iguais a partir da transformação de energia em matéria.
Em 1932, Einstein e De Sitter apresentam uma solução cosmológica semelhante à de Friedmann. Neste mesmo ano, Carl Anderson detecta pela primeira vez uma partícula de anti-matéria: o pósitron, em sua câmara de nuvens. E ainda nesse ano, Karl Jansen inventa o radiotelescópio e com ele descobre os sinais “naturais” de rádio vindo do centro da Via Láctea.
Em 1936, o austríaco Victor Franz Hess, Nobel de física, descobre a radiação cósmica de fundo, que implicava que o Universo começou a bilhões de anos, numa SINGULARIDADE COSMOLÓGICA. A partir de agora, as evidências de uma “criação” para o cosmos se tornam cada vez mais evidentes.
Em 1948, George Gamow, Ralph Alpher e Robert Herman usam dados de experimentos atômicos para mostrar as condições do calor intenso do universo primordial, “antes que os átomos pudessem ser formados”. A teoria deles mostra que, como resultado do big bang, cerca de três quartos do universo deveriam ser compostos de hidrogênio e um quarto de hélio. Mais importante: “Eles também prevêem a existência de um brilho remanescente da bola de fogo: sobra da radiação de fundo que, segundo os seus cálculos, deve ter esfriado agora para cerca de 3 graus Kelvin e por todo o espaço”.

Em 1949, K. Gödel mostra que as equações da Relatividade Geral permitem geometrias possuindo “curvas fechadas” no espaço/tempo permitindo a existência de caminhos que conduzem ao passado. A partir daí, a estrutura da “casualidade” e a noção de “tempo cósmico global” recebem uma profunda crítica que não foi resolvida até hoje pela Relatividade Geral.
Em 1950, Martin Ryle descobre que as radiogaláxias se tornam mais abundantes com a distância, significando que as galáxias estão mais próximas umas das outras quanto mais distante olhamos para trás no tempo. Isso era uma prova inconteste de que no “tempo zero” o universo estava em densidade infinita, em tempo infinito e a matéria em estado Instável (Singularidade Cosmológica). Ainda em 1950, Fred Hoyle, Wiliam Fowler, Geoffrey Fowler e Margaret Busbidge mostram como os elementos pesados (compondo apenas 1% da matéria visível no universo) resulta da fusão do hidrogênio e hélio no interior das estrelas.
Em 1960, Allan Sandage descobre os quasares e mostra que o universo primordial era muito diferente do atual.
De 1963 a 1973, vários cientistas, entre eles Stephen Hawking e Roger Penrose fazem várias descobertas importantes relativas aos buracos negros. Ainda neste período, Stephen Hawking comprovou matematicamente que a singularidade não está nem no espaço nem no tempo, mas fora de ambos. Em outras palavras, a singularidade transcende ao espaço e ao tempo.
Em 1965, Arno Penzias e Robert Wilson, detectaram, a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, em todos os lugares do universo para onde apontaram sua sensível e especial antena, conforme prevista por George Gamow e Col., em 1948. Mas a temperatura delas foi de apenas 2,7 graus Kelvin, ou seja, um pouco menor que o previsto.
Em 1967, Andrei Sakharov propõe que o big bang produziu um “excesso preciso” de matéria sobre a antimatéria, resultando na aniquilação da antimatéria e na formação do universo material que vemos atualmente. Isso explica porque não existe antimatéria em nosso universo. 
Em 1970, Robert Dicke e James Peebles anunciam o que eles denominaram de “Ponto Ômega” e lhe atribuíram um valor igual a “1”: um ponto de densidade de tal maneira “crítica” que se tivesse sido um pouco mais ou um pouco menos, o universo teria colapsado na inexistência ou teria sido tão disperso que não permitiria a formação da matéria como a conhecemos.
Em 1974, Brandon Carter propõe o que ele chamou de “Princípio Antrópico” uma racionalização filosófica para explicar a “precisão absoluta” das leis físicas e condições que tornam a vida possível.
Em 1976, o Astrofísico George Smoot, do laboratório Lawrence Berkeley da Universidade de Califórnia usa seu DMR (Radiômetro Diferencial de Micro-ondas) em um avião espião de grande altitude, o U-2, para detectar anisotropia de dipolo na radiação de fundo de micro-ondas. Esse dipolo, ou diferença de temperatura entre direções opostas, mostra que nossa galáxia está sendo arrastada a mais de um milhão de milhas por hora por uma grande massa invisível, e que aglomerados de galáxias devem formar estruturas maiores do que se imaginava. O início de tais estruturas, segundo Smoot, deveria ter deixado pequenas “ondulações” (“flutuações”) na radiação de fundo em micro-ondas. Mas onde elas estavam?
No dia 24 de abril de 1992, os jornais de todo o mundo estamparam as frases do Smoot (“Se você for religioso é como olhar a face de Deus!”); e de Hawking (“A descoberta de Smoot é a mais importante descoberta do século, se não de todos os tempos!”). Neste dia o Astrofísico chefe do laboratório Lawrence Berkeley da Universidade de Califórnia, George Smoot, finalmente anunciou que o instrumento DMR (Radiômetro Diferencial de Micro-ondas), agora acoplado ao satélite COBE, havia, enfim, medido as “ondulações” (“flutuações”) na radiação de fundo em micro-ondas. Era mais do que evidente que o universo teve realmente um começo, uma origem, uma “criação”. Este fato por si só justifica o júbilo com que Smoot e Hawking proclamaram aquelas famosas palavras. 
As descobertas posteriores, atribuídas a vários instrumentos e equipes de pesquisas, quais sejam: as do FIRAS, do satélite COBE, da sonda WMAP, dos telescópios das espaçonaves da NASA e outras, que permitiram cálculos precisos da idade, da composição, da velocidade e da expansão do universo, quando confrontadas com a idéia de um Designer inteligente, nas palavras de Arno Penzias: “não são inconsistentes com tal conceito”.
Comentando esta frase de Arno Penzias, Robert Jastrow, fundador do Instituto Goddard da NASA e atualmente Diretor do observatório de Mount Wilson, disse: “Sim, essa é uma inversão da língua muito divertida por parte de meus colegas físicos. Não inconsistente com, é um sinônimo de consistente com”. 
Em 1998 a Teoria do Big Bang sofreu um grande abalo. A observação do comportamento de certas estrelas (supernovas tipo Ia) parecia implicar que a expansão do universo estava acelerando. Isso contradizia francamente o modelo Big Bang. Para explicar esta "aceleração" e salvar o modelo Big Bang, os cientistas propuseram (sem qualquer base observacional ou experimental) que ela seria consequência da existência de uma certa "energia escura" que ocasionava uma "pressão negativa" (uma espécie de anti-gravidade) no universo. Esta energia não seria identificável a forma alguma de matéria/energia conhecida e nem seria possível a sua observação. No entanto, David Wiltshire propôs uma explicação alternativa para as observações do comportamento de supernovas tipo Ia que não implica essa aceleração.


Em entrevista[1] concedida a  Fred Heeren[2], Robert Ganges[3] no auge da badalação, exatamente no período em que George Smoot anunciou ter descoberto as flutuações de corpo negro. Olhando para as descobertas recentes da ciência moderna, Robert Ganges encontra evidência poderosa de um Criador sobrenatural. Mas ele não começa seu argumento com a descoberta de que o universo deve ter tido um “início”. Também não começa com as evidências de um “design”. Ele começa com a evidência de que o universo é “antigo”.

R. Gange: “O argumento a favor da existência de um Criador Sobrenatural é o fato de que o universo existe entre 14 e 17 bilhões de anos. Agora, isso chega a parecer contraditório. [...] O que eles não percebem é que exatamente o fato de os cientistas atualmente aceitarem idades entre 14 e 17 bilhões de anos é que é a própria prova de uma criação sobrenatural.
F. Heeren: “Como?
R. Gange: “Porque todos os modelos atuais têm um denominador comum, que é o fato de ensinarem que o universo deveria ter desaparecido em uma fração infinitesimal de tempo após seu surgimento. Esse momento é chamado de “tempo de Planck”, e é 10 elevado a menos 43 segundos.
F. Heeren: “Certo”.
R. Gange: “Agora, já que o universo deveria ter desaparecido no Tempo de Planck e já que ele tem de 14 a 17 bilhões de anos, de acordo com o conhecimento científico, a conclusão é que ele deve ter sido ajustado no início em mais de 60 casas decimais. Todos os processos têm uma precisão máxima de 3 a 4 casas decimais e isso já é formidável. Falar em ajuste preciso da ordem de 60 casas decimais é, literalmente, se ajoelhar diante de alguma criação sobrenatural”.

Em entrevista também concedida a Fred Heeren, do  The Chicago Tribune, em 13 de maio de 1994, quando indagado sobre, se fosse possível descartar a singularidade inicial, se o modelo inflacionário por si só poderia ser responsável pelo surgimento do universo, o cosmólogo Alan Guth[4], o primeiro a apresentar um modelo inflacionário para a Teoria do Big Bang, , afirmou:
Alan Guth: “Em primeiro lugar, eu diria que, no nível puramente técnico, a inflação por si própria não explica como o universo surgiu a partir do nada... A inflação por si própria pega um universo muito pequeno (átomo primordial) e produz a partir dele um universo muito grande. Mas a inflação por si própria não explica de onde veio aquele pequenino universo”.

Sobre a mesma problemática, e na mesma entrevista, Robert Jastrow[5] disse:
Robert Jastrow: “A ciência do século XX nos conduziu em direção a uma cortina que ela não pode abrir. É aqui que a ciência termina. E é aqui que a Bíblia começa”.

O mesmo Robert Jastrow, em entrevista à revista Christianity Today, apesar de fazer questão de destacar que era um “agnóstico e não um crente”, afirmou com todas as letras: “Agora vemos como a evidência astronômica suporta a visão bíblica da origem do mundo...  Robert Jastrow "Os elementos essenciais no relato astronômico e nos relatos bíblicos do Gênesis são os mesmos... Os astrônomos agora têm provado por seus próprios métodos que o mundo começou abruptamente em um ato de criação para o qual você pode traçar as sementes de todas as estrelas, de cada planeta, de cada ser vivo neste cosmos e sobre a Terra. E eles descobriram que tudo aconteceu como um produto de forças que não podem esperar para descobrir... Que haja o que eu ou qualquer outra pessoa chamaria de ‘forças sobrenaturais’ é agora, um fato cientificamente comprovado”.

Até mesmo Andrei Linde, considerado o mais “extravagante” cosmólogo inflacionário, quando afirmou que: “poderia ser capaz de produzir um universo inteiro em seu laboratório se pudesse apenas descobrir como desencadear a inflação”[6], admite que a inflação por si só não explica como algo pode ter surgido do nada. Ele escreve: “É certo que a singularidade inicial existiu, porém, explicar essa singularidade inicial, onde e quando tudo começou, ainda permanece o mais intratável problema da cosmologia moderna”. [7]



REFERÊNCIA:
[1] Entrevista foi publicada em maio de 1992 no The Chicago Tribune. Citada em:  Fred Heeren, Mostre-me Deus, p. 443. 
[2] Fred Heeren é físico e  Colunista de “Ciências” do The Chicago Tribune.
[3] Robert Ganges é Ph.D. em Termofísica e presidente da Fundação Gênesis.
[4] Alan Guth, cosmólogo do MIT (Massachusetts Institute of Technology), em entrevista concedida a Fred Heeren, em 13 de maio de 1994, (citado em Mostre-me Deus, p. 216-218),
[5] Robert Jastrow, fundador do Instituto Goddard da NASA e atualmente Diretor do observatório de Mount Wilson
[6] Andrei Linde em Scientific American, novembro de 1994, p.55
[7] Andrei Linde em Scientific American, novembro de 1994, p. 48


Autoria:
Breno - O Deísta

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